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A dificuldade de começar a guardar dinheiro

Updated: Sep 9, 2023

Como a falta de educação financeira desde pequena boicotou a minha relação com o dinheiro

Dos amigos que tenho posso dizer que, de longe, sou uma das pessoas mais sistemáticas que esse planeta já viu. Poderia falar horas sobre a parte ruim disso, mas a parte positiva é quando a gente tem que lidar com dinheiro.

Nunca tive uma educação financeira, nunca fui boa de cumprir metas (alô alô taurinos e sua preguiça que faz desanimar no meio do caminho de qualquer meta em troca de um bom Netflix) e sempre tive muitas desculpas prontas na ponta da lingua quando o assunto era guardar dinheiro.

Sempre falei que não sabia, que era muito difícil investir em outras coisas que não na poupança, que achava que rendia uma miséria, que como designer ganhava um salário que mal dava pra pagar minhas contas… As desculpas eram infinitas. Mas quando o assunto era gastar, sempre existia um jeitinho. Como assim não vou comprar a bota daquela loja de marca? Como pode a família toda ia viajar e você não ir também (mesmo não sabendo de onde ia tirar dinheiro para pagar a viagem ou, no pior dos cenários, convivendo com as parcelas dela muito depois de ter acabado)? Como assim você vai casar, não vai convidar aquele tio do seu primo de segundo grau e não vai ter uma casa digna de muitos likes no Instagram? Quem nunca, não é mesmo? Foi só quando comecei a trabalhar com finanças e finalmente olhei a BESTEIRA que eu tava fazendo e as caraminholas que sempre foram alimentadas na minha cabeça.

Em fevereiro de 2019, 61,5% de todo o Brasil tava atrasado, devendo ou pagando alguma parcela todo santo mês.

Isso mesmo, mais da metade desse Brasil-Varoníl possui algum tipo de dívida e continua correndo atrás mês após mês pra poder pagar seus boletos e não entrar pra porcentagem que deve. Se isso não assusta e faz pensar nas escolhas que você anda fazendo, meu amigo, então talvez esteja na hora de tentar uma terapia de choque ou algo mais forte. Pra mim a realidade não foi com esses dados, mas sim com a experiência vivida na pele mesmo, quando resolvi tentar fazer algum controle financeiro.

Li sobre a metodologia dos potes e, sistemática que sou, achei que era um bom jeito de criar a disciplina de guardar dinheiro. Meu primeiro passo foi separar meus potes… até então, mamão com açúcar. O drama mesmo veio quando fiz as contas de quanto ganhava e quanto gastava. A conta simplesmente não fechava e a culpa tava longe de ser as contas do mês. A culpa mesmo era do famoso "eu mereço".

As variações podem ser infinitas e com certeza você sabe as suas. Eu mereço:

  • Comer neste restaurante caro que quero faz tempo

  • Comprar essa blusinha/sapato porque meu dia foi super difícil

  • Ir viajar pra esquecer meus problemas

  • Ir pro rolê e gastar mais do que tenho na minha conta bancária, afinal tenho limite no crédito e PRE-CI-SO me divertir.

Nada disso está errado (quem AMA comer fora? 100% euzinha). Sabe o que está errado? Alguma destas opções eram sua prioridade? Você se planejou pra ter esse momento "F***-SE" e compensar gastando onde bem entender? Nunca né, migs? Então toma essa realidade. Temos uma tendência gigante a estar eternamente insatisfeito mas se tem alguém que pode mudar isso, esse alguém é só você (por mais clichê que isso soe).

A partir do momento que você define suas prioridades, fica muito mais fácil saber o quanto você tem que ganhar e quanto você pode gastar. E aí que vem a recompensa por saber qual a sua prioridade: psicológicamente não vai ser um esforço sobre-humano e você vai saber bem qual vai ser seu prêmio lá na frente né?


Como começar?
  1. Entenda seus gastos atuais. Às vezes é duro de enxergar a realidade, eu sei, mas é preciso! Você pode escolher o método que você preferir: planilha no Excel, algum aplicativo de controle/planejamento financeiro (Mint, Organizze, YNAB...) ou o bom velho papel e caneta. O importante é que você faça uma lista de TUDO que você gastou no último mês e consiga separar esses gastos em categorias.

  2. Hora de colocar a mão na consciência Agora que você sabe o quanto você realmente gasta em um mês, você pode analisar mais à fundo seus gastos comparando com o quanto você ganha. Será que realmente o salário que é baixo ou você que está abusando da auto-indulgência? Será que podia até estar guardando mais, se não fosse aquela ida ao bar, já que tava com saldo na conta?

  3. Planejamento é tudo! Como seria o mês ideal para você? Pensando nas suas categorias de gastos? Quais são seus fixos e quais você pode decidir o quanto vai gastar? Nessa hora que entra a Metodologia dos potes para mim. É quando você decide quanto do seu salário vai para cada categoria, e quais eu estou DISPOSTA a me esforçar pra reduzir. De nada adianta a gente fazer um plano se no fim ele não sai do papel.

  4. Foco e determinação Pode parecer palavras de coach, mas é isso mesmo! Tente seguir seu planejamento no próximo mês e veja como você se sente. Nesse processo todo o importante é a gente entender como a gente se sente sobre o dinheiro. Dá pra falar tanto sobre a questão psicológica relacionada ao dinheiro que renderia uma artigo inteiro só sobre isso. Ao terminar o mês volte pros seus "potes", veja o que funcionou e o que precisa de um ajuste.


Ps.: Eu to longe de estar milionária, mas se tem uma coisa que dinheiro nenhum paga é ter tranquilidade…e a tranquilidade financeira é uma que ajuda de longe a ter ujma vida mais feliz!

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